Uma república interassociativa
O MAP (Mostra de Artes da Palavra), na sua programação para este Outubro, deu particular atenção àquilo a que designou por “lógica de comunidade”. E, nesse sentido, dedicou-lhe uma data especial, o dia 5, sob a forma de espectáculo interassociativo, intitulado “Posto de Escuta”.
Como se comemorar a implantação da República neste dia não fosse, já de si, particularmente especial, eis que várias associações culturais do concelho de Oeiras foram chamadas ao palco do Auditório José de Castro, para mostrar todo o seu dinamismo e amor à palavra. Dita, cantada, dançada, ela demonstrou, neste serão comunitário, todo o poder comunicacional de que é possuidora, essencialmente quando tratada com todo o carinho e paixão que cada associação lhe dedica.
Defensora desde a primeira hora da criação do auditório que hoje abriu portas a este evento, a associação cultural “A Voz de Paço de Arcos” (ACAVPA) marcou presença com uma exposição fotobiográfica sobre José de Castro e foi também sobre o multipremiado actor português, nascido em Paço de Arcos, que versou a curta metragem exibida, da autoria de Graça Patrão.
Para o final desta sua participação, a ACAVPA reservou um momento de piano, por Robertes Araújo, que interpretou duas peças da autoria de Alain Oulman, compostas para fados de Amália Rodrigues, em homenagem à relação entre José de Castro e Amália, seus amigos.
Seguiram-se a Associação Luchapa, com uma homenagem a Natália Correia, o Centro Comunitário de Linda-a-Velha, a Universidade Sénior de Oeiras, a Cantiga d’Alba, a associação cultural A Palavra, fechando com a actuação do (In)Temporal Chorus.
Ia já longa a noite, quando se deu o último aplauso que, claramente, demonstrou a satisfação de quantos participaram e assistiram. Um especial obrigado à organização, que esteve ao mais alto nível em todos os capítulos, e o destaque ainda para a promessa do MAP de que é sua intenção tornar este interassociativismo mais regular, dando azo a mais edições deste “Posto de Escuta”.
Algo que todos saúdam e desejam, pois muitas das associações presentes, e mesmo outras que não tiveram agora a sua oportunidade, só em eventos deste género conseguem mostrar todo o seu valor e potencial nas mais diversas áreas culturais, tendo sempre por base a palavra.
O que fica desta primeira edição é demonstrativo de que, só praticada e partilhada, a palavra pode proporcionar momentos inesquecíveis, como os vividos neste 5 de Outubro no Auditório José de Castro.
Viva a República Interassociativa!