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Prata para jovens cientistas de Paço de Arcos

Que têm eles em comum? Para além do nome, ambos João, da idade, ambos 14 anos, e do estabelecimento de ensino, ambos estudantes do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos (Oeiras), ambos trouxeram para Portugal a medalha de prata do Italian Contest for Young Scientists, onde estavam a concurso 33 projectos de toda a Europa, bem como da Ásia, América do Norte e América do Sul.

É claro que o João Grenho e o João Diogo partilham muitas outras particularidades e uma delas acabou mesmo por levá-los a este concurso internacional em terras italianas. Lá, movidos pela sua paixão pelos extintos dinossauros e devidamente acompanhados pelo Professor Celestino Coutinho, levaram o seu projecto conjunto, intitulado “Pegadas de estegossáurios – o enigma!”, e o resto é história.

Detentor de vastos conhecimentos sobre fósseis e especialmente interessado em pegadas de dinossauros que, frequentemente, procura no país e no estrangeiro, o Professor e Paleontólogo Celestino Coutinho conduziu os jovens cientistas a esta aventura, extremamente bem-sucedida, diga-se.

Face aos factos, será que estamos na presença de mais dois (futuros) paleontólogos, que assim seguem as pisadas do seu professor? A questão é pertinente, até por que, com apenas 14 anos, ambos desenvolveram uma escala de classificação que lhes permitiu identificar em Alcobaça, no distrito de Leiria, a primeira, e única, pegada do dinossauro Stegopodus em Portugal e apenas a segunda na Europa.

Uma escala? Mas como assim? Bom, tornando simples aquilo que talvez não o seja, João&João meteram mãos–à-obra e, a partir de pegadas fossilizadas, desenvolveram essa tal escala que os ajudou a distinguir a origem de pegadas tridáctilas de dinossauros e, por consequência, a confirmarem o primeiro exemplo de Stegopodus em Portugal. No mínimo, brilhante!

É claro que um feito destas dimensões não poderia ambicionar a menos que uma distinção maior num dos principais concursos de ciências para jovens. Daí as duas medalhas de prata, a somarem à distinção que já em 2022 haviam recebido, então pela Fundação da Juventude no Concurso Nacional de Jovens Cientistas.

Eles bem tinham razão em querer contrariar a ausência de vestígios destes Stegopodus em Portugal. Um enigma que, se antes não lhes saía da cabeça, agora vai ficar marcado para sempre nas suas mentes. Parabéns ao trabalho desenvolvido por estes dois jovens cientistas e que assim continuem esse seu empenho e sagacidade. Não só na busca por mais vestígios de dinossauros, mas, essencialmente, pela concretização dos seus sonhos.

Igualmente orgulhoso pelo feito, estará certamente o ex-docente na Escola Básica Joaquim de Barros, do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, e filho do fundador da “A Voz de Paço de Arcos”, o Professor Celestino Coutinho. Um team work que assim arrecada um prestigiado prémio, com o qual vem provar o valor das gentes, miúdas e graúdas, da nossa terra.

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Miguel Teixeira

Mais de 30 anos de experiência no mundo da comunicação, especificamente nas funções de criativo, estratega e redactor publicitário. Extenso percurso por algumas das mais marcantes agências de comunicação nacionais e multinacionais enquanto elemento integrante dos seus departamentos criativos e mais recentemente como freelancer. Escritor e autor de várias obras literárias, quer no âmbito da narrativa de ficção quer na poesia. Artista plástico na área da colagem com vasta obra realizada, parte da qual já exposta individualmente ou em colectivas.

One thought on “Prata para jovens cientistas de Paço de Arcos

  • José Manuel Marreiro

    Parabéns Profº. Celestino Coutinho, e aos seujs 2 brilhantes alunos pelo prémio conseguido.
    José Marreiro.

    Reply

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