Poesia

Dia Mundial da Poesia – 21 de março de 2024

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A 5ª Maratona de Poesia de Oeiras vem para a rua no próximo dia 21 de março, Dia Mundial da Poesia. Por feliz coincidência, nessa mesma data, celebra-se o Dia Mundial da Árvore e o Dia Internacional das Florestas, com o objetivo de promover a sensibilização da importância da sua preservação. Está certo, árvores e florestas habitam desde tempo imemoriais a literatura e a poesia e, também, as nossas vidas…

Recentremo-nos então! A comemoração de que vamos falar é a da grande FESTA da POESIA! Este ano naturalmente atravessada pelo tema da liberdade. Não poderia ser de outra forma. Em Oeiras, abril comemora-se já em março e, óbvio, em todos os outros meses:  abril é intemporal, é quando nós quisermos!

“Um poema é um círculo onde o pássaro do real fica preso”, escreveu a imensa e muito nossa Sophia de Mello Breyner Andresen. Pois bem, no dia 21 de março, das 14.00 às 24.00 horas, no Centro Histórico de Oeiras, marquemos encontro com este belíssimo pássaro do real que por ali voará suavemente a  registar  a nossa festa poética… Desconfio que de tudo dará conta, naquele jeito mavioso que só as aves conhecem, a Sophia, a Ary, a Camões (em jeito de parabéns pela passagem do seu 500º aniversário), a Florbela, a Manuel Alegre, a tantos, tantos outros… Desconfio também que, apesar do privilégio único de ser o pássaro de Sophia, não deixará de sentir uma pontinha de inveja pelas vozes magníficas que por ali irão ecoar…

ai ficar muito cansado o nosso pássaro da poesia: SESSENTA E CINCO sessões ininterruptas, de 25 minutos cada. Poesia declamada, encenada, cantada, musicada, dançada.

The last but not the least: cada um dos espaços terá apontamentos de Origami executados pela Telma Pamplona Corte-Real.

DEZ HORAS ININTERRUPTAS de alegria, de magia, de risos, de música, de deslumbramento! Poetas sem fronteiras andarão por ali, numa vertigem de liberdade…

Abril em março, o tema da liberdade transversal a tudo o que ali acontece, porque o Homem, sabemos bem, nasceu para ser livre. Parece evidente, infelizmente não é assim!

Porque celebramos 50 anos sobre a data do 25 de Abril de 1974, “(…) o dia inicial inteiro e limpo/onde emergimos da noite e do silêncio/e livres habitamos/a substância tempo”, Sophia de novo a “sobrevoar” este texto…

A poesia é uma poderosa força aglutinadora de pessoas das mais diferentes origens, idades, ideologias, formas de estar na vida. Não é uma arte “fechada”, distante, apenas acessível a um nicho de “iluminados”. A poesia é incontornável nas nossas vidas e é, também e sobretudo, uma dádiva generosa do poeta que,” despindo-se”, se expõe.

Vamos então maratonar!

Suba as escadas (ou utilize o elevador, se tiver problemas de locomoção) da histórica Galeria Municipal Verney, sob o olhar sedutor de David Mourão Ferreira, patrono daquele espaço bonito onde, ao longo do ano, acontece cultura para todos nós. Se gosta de música, de dança, de ouvir falar e dizer da vida e da obra dos nossos maiores, vai gostar. Por ali “andarão” poemas de abril, Sophia e Jorge de Sena, Camões, mornas cabo-verdianas, jograis, poetas, cantares da Ucrânia, poesia árabe, poesia erótica…

Atravesse a rua e entre no Mercado de Oeiras (1ºandar) que resiste e sobrevive, provando que há vida para além das grandes superfícies comerciais, como prova a exposição de 3 Obras de João Feijó! À sua medida, lá bem ao fundo, um espaço para si, uma oportunidade para dizer os poemas que guarda numa qualquer gaveta e ouvir os companheiros ali presentes, também eles criadores poéticos (sujeito a inscrição prévia), exposições, tertúlias, poesia brasileira contada e cantada, tanto mais a acontecer por ali…

Uns metros à frente, no Largo da Igreja, a criativa Livraria Gatafunho, que desenvolve mil actividades para encantar os nossos amores pequeninos. Poderá ouvir os mais belos poemas de Manuel Alegre, do poeta oeirense Rui Caeiro, marido de uma querida tertuliana (Manuela Caeiro), Herberto Hélder, Drummond de Andrade, Vinícius, o saudoso e enorme poeta Joaquim Pessoa, entre outros……

Saia, dê uns passos para trás, vire agora a esquina e entre no Auditório Eunice Muñoz. Suba connosco a imponente escadaria que leva ao foyer e deixe-se encantar pela festa da vida. Vamos todos cantar, dançar até… Poesia e música, componentes indissociáveis da arte do teatro:  fado, cante alentejano, canções, dança com poesia …

A caminho da Câmara Municipal, numa rua estreitinha, sem trânsito, divulgadora e “fazedora” de cultura, vive a icónica Biblioteca Operária Oeirense, fundada – vejam só! – em 1933 por um grupo de operários, sob o lema “Depois do Pão a Instrução”. Continua jovem, saudável, activa no caminho traçado pelos vanguardistas operários que a pensaram. Vamos ter música e canto, comemorações dos 50 anos de abril. Libertações por Ricardo Belo de Morais, e deixe-se ir “por este rio acima”, Fausto&Miguel Partidário..

Aqui chegados, diríamos que a festa cuidadosamente pensada para o Dia Mundial da Poesia é uma história de sucesso, cuidadosamente tecida com fios de amor, de companheirismo e de maravilhamento. A festa das festas: a festa onde todos cabem, onde todos são muito bem-vindos!

Impossível e imperdoável não referir aqui o nome incontornável de quem – lá longe em 2018 – sonhou, pensou e concretizou esta celebração da poesia. As maratonas vieram para ficar, de ano para ano mais participadas – centenas e centenas e centenas de pessoas – num efeito de bola de neve…

Falamos do melhor de todos nós, o JOSÉ FERNANDO DELGADO MENDONÇA, o Poeta que respira e vive Poesia. Quatro livros de poesia publicados, um sem número de participações em antologias várias! Falamos do divulgador incansável de poesia, de arte, de cultura, o “fazedor” de pontes, mestre na arte do consenso. O Amigo que todos queremos como nosso.

Não esqueçam – dia 21 de março próximo tudo acontece em Oeiras. Venham daí! Tragam um amigo, dois ou três. Tal como no ano passado, convidem vizinhos, o senhor que lê o Jornal no café, a amiga que vive longe, o jovem à procura de emprego e que precisa de se reinventar…

Por fim, um pedido: respeitemos com rigor os 25 minutos que generosamente nos são oferecidos. Façamos silêncio nos locais onde tudo acontece, antes e depois da intervenção de cada um de nós. Todos nos empenhamos para fazer e oferecer o melhor de nós, temos que respeitar o outro!

Até já, Amigos.

Texto da autoria de Margarida Maria Almeida

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