CulturaPoesia

Sesimbra

Há uma pintura de luz
Derramada como óleo perfumado sobre a minha cabeça
Uma espécie de unção marítima
Ao ritmo da ondulação e das marés
Quando o amor inundou os nossos corpos
Com o sal das águas mais profundas
As ruas estreitas são afluentes
Aguarelas de cal na proximidade oceânica
Gravuras memórias na voz dos pescadores
Ao largo o azul turquesa
É a pictórica espera de uma estrada lunar
Um caminho distante sobre as muitas águas
Um rasto de prata no silêncio das noites
Quando a dormência se torna numa murmurante espera

Há uma pintura de luz que o mar roubou ao céu
Uma espécie de azul eterno
Contido na nebulosa dos sonhos
Quando a tua silhueta
Amor

É como o canto sedutor da maresia no corpo
marinheiro da viagem
Já não desejo a terra à vista
Passei a amar as distâncias
Quando o brilho do teu olhar
Convoca as profundidades deste mar
Onde os nossos corpos flutuando
Se fundem no segredo das marés

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