Já passaram tantos meses, tantos anos
Na vertigem dos dias e das horas
São tempos que povoam as memórias
Bravos, calmos, de enganos e desenganos.
Já lá vai saudoso esse passado
Em que os sonhos são uma alquimia
Aberto ao dogma fácil e à fantasia
Ou que inspira amor: amada e um amado.
Calendários temporais enfim rasgados
Levados pelo amadurecer, sombrios os fados
De cada gesto, brado ou sentimento
Há um presente, porém, cheio de esperança
Naquelas molduras em que se é criança
Na incógnita de um futuro, feito de vento.
28 de Abril de 2022