
Joaquim Coutinho, a referência
Autoria: António Manuel dos Santos
Edição 59, Junho de 2025
Será sempre pouco o que eu possa dizer sobre a minha vivência com o Amigo Joaquim Coutinho; sobre a experiência que foi partilhar com ele algum do meu limitado tempo livre – primeiro apenas pel’A Voz, depois pel’A Voz e pela Amizade.

A Bondade-Firme que colocava em tudo o que fazia e a arte convincente com que me falava dos seus planos sempre foram para mim razão de encantamento. Ou seja: a clarividente pertinência dele relativamente ao que Paço de Arcos precisava ler, ver e saber através d’A Voz; e os argumentos que utilizava para me envolver no debate associado a cada pedido de colaboração que me fazia, eram de molde a que, embora me sentisse livre para recusar, em consciência não pudesse dizer “não”.
Foi assim quase durante todos os doze anos que vivi em Paço de Arcos. E assim continuou depois de me mudar para outras paragens.
O Amigo Joaquim Coutinho não me perdoava a partida mas sabia do meu amor à Terra e à Voz; e requisitava os meus serviços, número após número. As mais das vezes eram versos subordinados a um tema pré-estabelecido. Mas havia também outros textos, leituras e até entrevistas a notáveis da Terra. Mesmo que eu o quisesse, o fascinante Amigo Joaquim Coutinho não permitiria que me desligasse de Paço de Arcos e da sua Voz.
Tantas vezes que eu ia de propósito a Paço de Arcos para deixar por debaixo da porta de sua casa um sobrescrito com um trabalho cujo prazo tinha deixado queimar e para o qual ele me garantia ter espaço aberto, expectante, nas páginas d’A Voz!…
Indíveri Colucci, Badaró e Eunice Muñoz, entre outros, foram enriquecedores entrevistados meus, a seu pedido.
Os milhares de versos que ele me fez engendrar para que encaixasse no projeto editorial de cada número d’A Voz foram geradores de momentos a sós comigo próprio que o querido Amigo Joaquim Coutinho patrocinou e que nunca teria hipótese de lhe pagar…
Tão grato que eu lhe estou…
Tão emocionado que fico ainda ao sentir que foram os ecos da serena admiração que permutávamos que fizeram com que os que pegaram na sua obra e a revitalizaram, vejam hoje também em mim um bom amigo…
Muito obrigado a todos.
Parabéns e longa vida à Voz!
Agora e sempre vosso.
António Manuel dos Santos