CulturaPoesia

Duas mãos, quase nada

Duas mãos não chegam
Não chegam para ti
Não chegam para te chegar
Não chegam para o que quero alcançar

Duas mãos o que são?
Senão um enorme espaço confinado
Quilómetros de estradas num beco
Todos os oceanos num copo 
Centos de páginas num parágrafo

Tão nada, tão pouco
Duas mãos

Não dá assim, é escasso
Por mais que estique este braço
Só ganha espaço esta distância
E a vê-la cresço em ânsia
Impotente, de mãos atado
	e então em duas mãos

Duas mãos não chegam
Nada chega
Tudo também não
No fim é como tudo
Como tudo tende a ser

© Copyright Miguel Santos Teixeira_2020

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Miguel Teixeira

Mais de 30 anos de experiência no mundo da comunicação, especificamente nas funções de criativo, estratega e redactor publicitário. Extenso percurso por algumas das mais marcantes agências de comunicação nacionais e multinacionais enquanto elemento integrante dos seus departamentos criativos e mais recentemente como freelancer. Escritor e autor de várias obras literárias, quer no âmbito da narrativa de ficção quer na poesia. Artista plástico na área da colagem com vasta obra realizada, parte da qual já exposta individualmente ou em colectivas.

    One thought on “Duas mãos, quase nada

    • Belíssimo poema, Miguel Teixeira. Quanta sensibilidade!

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